sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

A sábia “máquina produtora”

Após uma vida de dedicação à produtividade, é justo que o ser humano mereça um descanso. É a chamada “terceira idade”, tempo onde, na maioria das vezes, há a manifestação da limitação e da fragilidade humanas. Por outro lado, há idosos com o privilégio de possuir uma vida mais saudável, que não devem ser banidos do descanso, embora necessitem compreender os mais sujeitos às limitações da velhice.

É exatamente a compreensão que parece faltar ao ministro japonês Taro Aso. Argumentando que os idosos devem “apressar-se a morrer” para desafogar o gasto do Estado com estes, não é levado em consideração o fato de terem contribuído com a sociedade através de seu trabalho, no período em que eram ativos.

Nesse caso, também há a nivelação da dignidade humana apenas considerando o seu estado de disponibilidade para o auxílio na movimentação da economia. Em uma sociedade que supervaloriza a produtividade, tal disponibilidade chega a privar o homem de momentos que contribuem para a melhora na qualidade de vida, como a prática de exercícios físicos que o referido ministro costuma realizar.

O homem vale muito mais do que aquilo que produz, e tratá-lo apenas como uma “máquina produtora” é esquecer que, além de possuir fragilidade e necessitar do descanso, ele é capaz de, na terceira idade, transmitir a sabedoria que adquiriu na vida, possibilitando a continuidade da raça humana.

Escrito com base no tema da redação da Fuvest 2014. Disponível em: http://www.fuvest.br/vest2014/provas/fuv2014.2fase.dia1.pdf, pág. 12

Saldo de 2014 e desejos para 2015

Para muitos, o ano de 2014, que anteontem apenas tornou-se um mero registro histórico, foi bastante conturbado. Digo que o mesmo aconteceu comigo. Isso porque foi um ano marcado pela garra e pela determinação, visando um objetivo que, infelizmente, é visto como ilusão por muitos.

Foi um ano de perdas e ganhos, como o do grande Roberto Gomez Bolaños (sempre me lembrarei que seu funeral foi em um dos dias mais importantes do ano para mim) e do meu avô paterno, que morava no Maranhão. Não tive muito contato com ele, mas quem me dera viver seus 91 anos!

Em 2014, definitivamente terminei o curso de inglês na Microcamp, o de Computação Gráfica na Saga e o ensino médio. Mas, eu diria que o último é apenas algo “obrigatório”, e que não é uma conquista bastante válida se o desejo do ingresso do ensino superior não estiver presente. E mesmo com as “zoeiras” do Tsunami e do 3º A em geral, esse desejo foi responsável por horas e horas de preocupação.

Mas, de que adianta a preocupação se não há a luta? Deitado sobre os livros, foram vários dias de leitura, resumo, entendimento, prática, em um looping infinito que ainda não está finalizado, além de ajudas de grandes mestres. E o resultado? O acréscimo de 30 acertos no Enem em relação a 2013, e de 7 acertos na Fuvest em relação ao mesmo ano, sem esquecer um calo que cresceu no dedo do meio da mão direita.

A mais importante conquista de tal ano foi a subida do primeiro degrau no caminho da conquista de uma vaga na melhor universidade do país, e em uma das mais disputadas. Mesmo assim, a luta ainda não acabou! Ainda há mais um grande degrau a ser ultrapassado, processo que será iniciado dois dias depois da escrita desse texto.

É fundamental considerar que o risco de uma queda na tentativa de subir tal degrau é grande. Se ele for ultrapassado, ainda há mais uma luta que será travada e não mencionada agora. Caso contrário, tentarei novamente. Afinal, a vida é feita de quedas e recomeços, além do fato da Fuvest ser realizada todo ano e a USP começar a pensar em novas formas de ingresso.

Já estamos em 2015, ano que espero ser marcante. É o ano em que atingirei a maioridade, embora eu considere que ainda penso como um mero adolescente. Ano que, assim como todos, terá suas frustrações e alegrias. Ano que espero ser abençoado e guiado por Deus, na esperança de uma vida nova.