sexta-feira, 13 de junho de 2014

Uma conquista maior que a Taça

Pontapé

E ontem o Brasil inteiro acompanhou e vibrou com a estreia da Copa do Mundo de Futebol 2014, realizada pela FIFA. Um espetáculo que mexe profundamente com os corações dos brasileiros, e os fazem torcer com todo seu espírito para que a Seleção Brasileira levante mais uma vez a Taça do Mundo.

Mesmo assim, um fato importantíssimo ocorrido ontem pode ser comparado à emoção de se levantar a tal taça. Um projeto comandado pelo médico e cientista brasileiro Dr. Miguel Nicolelis, visa devolver o ato de caminhar àquelas pessoas que o perderam, como os paraplégicos e os tetraplégicos. Através de um exoesqueleto, essas pessoas podem dar passos comandados por seus próprios cérebros, e sentirem-se verdadeiros campeões.

A ideia era de que um paraplégico, no caso, desse um primeiro pontapé na bola oficial da Copa do Mundo, e isso realmente aconteceu ontem com Juliano Pinto, de 29 anos. O problema é que esse fato não foi digno de uma exibição longa, mas mereceu apenas pouquíssimos segundos na transmissão oficial da FIFA.

É evidente, através desses poucos segundos de transmissão, que houve uma certa desvalorização de um projeto inovador, bastante trabalhoso e, principalmente, brasileiro. Uma decepção tomou conta daqueles que esperavam um maior destaque, o que seria mais justo. Mas, não. A Ciência foi praticamente deixada de lado, enquanto o resto do espetáculo foi valorizado.

O Brasil não deve ser considerado apenas o “país do futebol”, o que dá a entender que não é capaz de desenvolver algo de deixar o mundo de queixo caído, a não ser os impressionantes dribles de nossos jogadores. Há projetos científicos bastante interessantes e importantes em nosso país, como o Walk Again ou “Andar de Novo” (nome oficial do projeto do exoesqueleto de Nicolelis) que merecem ser divulgados e valorizados. Porque os dribles do futebol não dão o trabalho que uma pesquisa científica dá, e geram apenas o fruto da conquista de uma taça. Enquanto isso, a Ciência dá o fruto de proporcionar um mundo mais fácil para os que almejam, como os que não podem nem sequer dar um chute em uma bola de futebol.