sexta-feira, 5 de julho de 2013

Mestre sem ter defendido tese

Profº Adilson

Basicamente, essas palavras meio “complexas” podem ser consideradas as melhores para descrever o Prof º Adilson. Para quem não sabe, o título acadêmico Mestre só é obtido se o cara elaborar uma tese e defendê-la perante uma mesa julgadora e o público. Mas, o Profº Adilson não precisou disso para ser chamado de Mestre.

Na verdade, será mesmo que ele era um professor? Será que somente essa palavra que pode descrevê-lo? Na verdade, não. Pra quem conheceu essa pessoa maravilhosa, a melhor palavra para defini-lo seria “pai”. Sim, essa mesmo. Ele próprio falava que “cuidava” de seus alunos, e que se visse algum deles “aprontando” na rua, ele pararia o carro e iria bater um papo (os “papos” dele tinham o poder de mudar completamente uma pessoa). Não ensinava somente aquilo que a escola pede, mas, também ensinava o que a vida exigia, com suas “rodinhas” e dinâmicas.

Ainda lembro do dia em que, na 7ª série, tive que apresentar um seminário para três salas ao mesmo tempo (o Profº Adilson amava seminários). Foi tenso, mas, consegui. Diziam as meninas na época, que ele estava chorando, com muito orgulho de mim. Mas, lembro que dias antes, ele me perguntou se eu queria realmente fazer esse seminário. Disse que sim. Mas, hoje vejo que aquele “sim” não foi um “sim” qualquer. Naquele “sim”, estava falando: “lógico que sim, porque você explicou tudo e me deu a coragem de falar esse ‘sim’”. Realmente, ele explicava. Não era daquele tipo de professor de “passar a matéria na lousa e o resto os alunos se viram”. Ele parava, e explicava. Praticamente, conseguia enfiar o conteúdo nas nossas cabeças.

Mas hoje, ele se tornou mais um morador da casa do Pai. Bem recompensado, pois, analisando sua trajetória, é fácil perceber que ele era um dos homens com coragem e esperança de que os jovens seriam capazes de tornar o mundo melhor. E é exatamente por isso que ele não somente passava Geografia, ou História. Passava “lições de moral” para todos nós. E essas aulas eram realmente maravilhosas…

Como todo grande homem, ele vai deixar saudades nos corações de todos aqueles que o amavam. Mas, a saudade jamais deve ser vista como algo doloroso. Saudade é, na verdade, a certeza de que aquilo que vivemos no passado foi bom. E foi bom ter ele como professor por um ano. Foi bom ele ter passado os seminários dele. Foi bom ele ter feito suas “dinâmicas” que sempre passavam uma mensagem, por mais fortes que essas dinâmicas eram. Foi bom ter conhecido esse homem.

Grande Mestre, descanse em paz, pois você merece!