segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

O sacrifício que escreve o futuro

Em uma sociedade dominada pela cultura do egocentrismo, do hedonismo e da superficialidade, é de fácil constatação que as palavras “sacrifício” e, principalmente “altruísmo”, são levadas cada vez mais para o âmbito utópico, o que não quer dizer que tais ações extinguiram-se da sociedade atual. Sacrificar-se por algo e sacrificar-se pelo outro, entretanto, viraram atitudes de pessoas conscientes e corajosas.

É natural o fato do homem buscar uma vida mais fácil, onde seja instantâneo suprir suas necessidades e satisfazer seus desejos, o que gradualmente vem acontecendo ao longo dos tempos. Mas tal facilidade também cria uma “zona de conforto” que fortalece o ego e, consequentemente, gera uma sociedade mais centrada no indivíduo ao invés do coletivo.

Não há mais sublime sacrifício do que aquele motivado pela necessidade do auxílio ao outro, sendo tal sacrifício livre de qualquer interesse próprio. São poucos os que têm o altruísmo não apenas como um desafio a ser vencido, mas fazem deste uma missão de vida. Tais pessoas conseguiram renunciar ao conforto próprio e têm em mente a consciência da mútua necessidade do ser humano, e da construção de um novo amanhã.

Tanto o presente quanto o futuro devem ser moldados com a certeza da fragilidade humana, o que acarreta na necessidade do auxílio, e com a convicção de que o homem e passageiro, responsável pela preocupação em semear bons frutos para as gerações seguintes.

Escrito com base no tema da redação da Fuvest 2011. Disponível em: http://www.fuvest.br/vest2011/bestred/temared.html

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

A fronteira ética da ciência

É da essência do ser humano possuir uma fome insaciável pelo conhecimento. Tal fome ajudou na criação da ciência, ferramenta fundamental no auxílio da compreensão da natureza e na possibilidade de tornar mais fácil a sobrevivência de todos.

Através do fato do progresso científico ter ultrapassado inúmeras barreiras ao longo dos tempos, pressupõe-se que a ciência é ilimitada. Essa ideia torna-se um equívoco partindo exatamente do princípio do auxílio à sobrevivência.

Duas bombas atômicas lançadas sobre o território japonês ao final da Segunda Guerra Mundial são a prova da existência de uma fronteira que não deve ser ultrapassada em âmbito científico: o uso da ciência para prejudicar ou destruir. Até hoje, não há algum conhecimento científico que possa apagar do coração da nação japonesa a dor das perdas ocorridas naqueles tristes eventos.

Compreender a natureza é essencial para a criação de um mundo melhor. Entretanto, utilizar essa compreensão de modo negativo é a maior prova de que o uso da ciência sem limites éticos é o melhor caminho para a autodestruição.

Escrito com base no tema da redação da Fuvest 2009

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Ser livre é discernir informações

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O ser humano da atualidade está submetido a uma avalanche de informações bombardeada pelos diversos meios de comunicação, sobretudo os oriundos da internet. A última, entretanto, é uma verdadeira mistura de utilidades e futilidades que correm o risco de serem aceitas igualmente como verdades absolutas.

É bastante comum encontrar, nas redes sociais, inverdades e equívocos tratados como reais por parte dos usuários, que são disseminados sem qualquer questionamento. Muitas dessas informações são publicadas por pessoas leigas que as obtiveram através de fontes não confiáveis, resultando, na verdade, em uma “desinformação”.

Até mesmo os não leigos são capazes de alterar a verdade. Nesse caso, não está em jogo a transmissão do fato verdadeiro entre si, mas a alteração deste com a finalidade de difundir posições políticas e ideológicas que devem ser aceitas por quem tem contato com tal informação.

Para evitar uma “era da desinformação” ao invés de uma “era da informação”, os usuários devem saber selecionar e questionar o que veem nesses meios de comunicação. Por vezes, é recomendável uma consulta maior sobre um fato, a fim de constatar as diferentes posições ideológicas escondidas por trás deste e, além disso, com a intenção de buscar o que é verdadeiro. Porque é até mesmo bíblica a afirmação de que a verdade é a porta para a liberdade.

Escrito com base no tema da redação da Fuvest 2008

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Uma conquista maior que a Taça

Pontapé

E ontem o Brasil inteiro acompanhou e vibrou com a estreia da Copa do Mundo de Futebol 2014, realizada pela FIFA. Um espetáculo que mexe profundamente com os corações dos brasileiros, e os fazem torcer com todo seu espírito para que a Seleção Brasileira levante mais uma vez a Taça do Mundo.

Mesmo assim, um fato importantíssimo ocorrido ontem pode ser comparado à emoção de se levantar a tal taça. Um projeto comandado pelo médico e cientista brasileiro Dr. Miguel Nicolelis, visa devolver o ato de caminhar àquelas pessoas que o perderam, como os paraplégicos e os tetraplégicos. Através de um exoesqueleto, essas pessoas podem dar passos comandados por seus próprios cérebros, e sentirem-se verdadeiros campeões.

A ideia era de que um paraplégico, no caso, desse um primeiro pontapé na bola oficial da Copa do Mundo, e isso realmente aconteceu ontem com Juliano Pinto, de 29 anos. O problema é que esse fato não foi digno de uma exibição longa, mas mereceu apenas pouquíssimos segundos na transmissão oficial da FIFA.

É evidente, através desses poucos segundos de transmissão, que houve uma certa desvalorização de um projeto inovador, bastante trabalhoso e, principalmente, brasileiro. Uma decepção tomou conta daqueles que esperavam um maior destaque, o que seria mais justo. Mas, não. A Ciência foi praticamente deixada de lado, enquanto o resto do espetáculo foi valorizado.

O Brasil não deve ser considerado apenas o “país do futebol”, o que dá a entender que não é capaz de desenvolver algo de deixar o mundo de queixo caído, a não ser os impressionantes dribles de nossos jogadores. Há projetos científicos bastante interessantes e importantes em nosso país, como o Walk Again ou “Andar de Novo” (nome oficial do projeto do exoesqueleto de Nicolelis) que merecem ser divulgados e valorizados. Porque os dribles do futebol não dão o trabalho que uma pesquisa científica dá, e geram apenas o fruto da conquista de uma taça. Enquanto isso, a Ciência dá o fruto de proporcionar um mundo mais fácil para os que almejam, como os que não podem nem sequer dar um chute em uma bola de futebol.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

O uso cauteloso das redes sociais

Social Networks

Desde a sua criação, as redes sociais sempre foram alvo de polêmicas no quesito privacidade. Há quem afirme que esse “canal de vivência digital” seja um potente destruidor da tal privacidade. Porém, os que afirmam isso podem não saber que é possível delimitar quem poderá ver o que é publicado através de simples configurações de privacidade.

A internet pode ser comparada a uma multidão de “espectadores”, atentos a cada publicação de cada usuário. Através dessa ideia, é possível afirmar que não é muito agradável o ato de detalhar toda uma vivência de alguém no mundo real, dentro do mundo digital. Essa ação pode acarretar sérias consequências, como o término de um relacionamento amoroso, ou até mesmo a demissão da empresa onde o usuário trabalha, dependendo do que é publicado.

Uma maior conscientização por parte dos usuários de redes sociais sobre a cautela de seu uso é urgentemente necessária. E a divulgação dessa conscientização através dos veículos de comunicação em massa seria uma grande ajuda. Contudo, caso os usuários não valorizem essa conscientização, estarão sujeitos às consequências do mal uso de uma ferramenta de comunicação tão poderosa, o que as redes sociais são.

Redação da Avaliação da Aprendizagem em Processo do Governo do Estado de São Paulo, com o tema “As redes sociais e as relações interpessoais”, 1º sem/2014.