sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Saldo de 2014 e desejos para 2015

Para muitos, o ano de 2014, que anteontem apenas tornou-se um mero registro histórico, foi bastante conturbado. Digo que o mesmo aconteceu comigo. Isso porque foi um ano marcado pela garra e pela determinação, visando um objetivo que, infelizmente, é visto como ilusão por muitos.

Foi um ano de perdas e ganhos, como o do grande Roberto Gomez Bolaños (sempre me lembrarei que seu funeral foi em um dos dias mais importantes do ano para mim) e do meu avô paterno, que morava no Maranhão. Não tive muito contato com ele, mas quem me dera viver seus 91 anos!

Em 2014, definitivamente terminei o curso de inglês na Microcamp, o de Computação Gráfica na Saga e o ensino médio. Mas, eu diria que o último é apenas algo “obrigatório”, e que não é uma conquista bastante válida se o desejo do ingresso do ensino superior não estiver presente. E mesmo com as “zoeiras” do Tsunami e do 3º A em geral, esse desejo foi responsável por horas e horas de preocupação.

Mas, de que adianta a preocupação se não há a luta? Deitado sobre os livros, foram vários dias de leitura, resumo, entendimento, prática, em um looping infinito que ainda não está finalizado, além de ajudas de grandes mestres. E o resultado? O acréscimo de 30 acertos no Enem em relação a 2013, e de 7 acertos na Fuvest em relação ao mesmo ano, sem esquecer um calo que cresceu no dedo do meio da mão direita.

A mais importante conquista de tal ano foi a subida do primeiro degrau no caminho da conquista de uma vaga na melhor universidade do país, e em uma das mais disputadas. Mesmo assim, a luta ainda não acabou! Ainda há mais um grande degrau a ser ultrapassado, processo que será iniciado dois dias depois da escrita desse texto.

É fundamental considerar que o risco de uma queda na tentativa de subir tal degrau é grande. Se ele for ultrapassado, ainda há mais uma luta que será travada e não mencionada agora. Caso contrário, tentarei novamente. Afinal, a vida é feita de quedas e recomeços, além do fato da Fuvest ser realizada todo ano e a USP começar a pensar em novas formas de ingresso.

Já estamos em 2015, ano que espero ser marcante. É o ano em que atingirei a maioridade, embora eu considere que ainda penso como um mero adolescente. Ano que, assim como todos, terá suas frustrações e alegrias. Ano que espero ser abençoado e guiado por Deus, na esperança de uma vida nova.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

O sacrifício que escreve o futuro

Em uma sociedade dominada pela cultura do egocentrismo, do hedonismo e da superficialidade, é de fácil constatação que as palavras “sacrifício” e, principalmente “altruísmo”, são levadas cada vez mais para o âmbito utópico, o que não quer dizer que tais ações extinguiram-se da sociedade atual. Sacrificar-se por algo e sacrificar-se pelo outro, entretanto, viraram atitudes de pessoas conscientes e corajosas.

É natural o fato do homem buscar uma vida mais fácil, onde seja instantâneo suprir suas necessidades e satisfazer seus desejos, o que gradualmente vem acontecendo ao longo dos tempos. Mas tal facilidade também cria uma “zona de conforto” que fortalece o ego e, consequentemente, gera uma sociedade mais centrada no indivíduo ao invés do coletivo.

Não há mais sublime sacrifício do que aquele motivado pela necessidade do auxílio ao outro, sendo tal sacrifício livre de qualquer interesse próprio. São poucos os que têm o altruísmo não apenas como um desafio a ser vencido, mas fazem deste uma missão de vida. Tais pessoas conseguiram renunciar ao conforto próprio e têm em mente a consciência da mútua necessidade do ser humano, e da construção de um novo amanhã.

Tanto o presente quanto o futuro devem ser moldados com a certeza da fragilidade humana, o que acarreta na necessidade do auxílio, e com a convicção de que o homem e passageiro, responsável pela preocupação em semear bons frutos para as gerações seguintes.

Escrito com base no tema da redação da Fuvest 2011. Disponível em: http://www.fuvest.br/vest2011/bestred/temared.html

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

A fronteira ética da ciência

É da essência do ser humano possuir uma fome insaciável pelo conhecimento. Tal fome ajudou na criação da ciência, ferramenta fundamental no auxílio da compreensão da natureza e na possibilidade de tornar mais fácil a sobrevivência de todos.

Através do fato do progresso científico ter ultrapassado inúmeras barreiras ao longo dos tempos, pressupõe-se que a ciência é ilimitada. Essa ideia torna-se um equívoco partindo exatamente do princípio do auxílio à sobrevivência.

Duas bombas atômicas lançadas sobre o território japonês ao final da Segunda Guerra Mundial são a prova da existência de uma fronteira que não deve ser ultrapassada em âmbito científico: o uso da ciência para prejudicar ou destruir. Até hoje, não há algum conhecimento científico que possa apagar do coração da nação japonesa a dor das perdas ocorridas naqueles tristes eventos.

Compreender a natureza é essencial para a criação de um mundo melhor. Entretanto, utilizar essa compreensão de modo negativo é a maior prova de que o uso da ciência sem limites éticos é o melhor caminho para a autodestruição.

Escrito com base no tema da redação da Fuvest 2009